Voltar para casa e essa sensação de que nada mais ali te pertence, é estranho... Não é mais sete da manhã por aqui... agora é sempre cinco da manhã e todas essas cores entre a noite e o dia, outra coisa com a qual preciso me acostumar...
Não sei, mas sinto como se tivesse acabado de voltar do exílio, ou de um coma profundo, ou de uma longa e tenebrosa viagem e embora tudo aqui me pareça familiar, quase nada me tranqüiliza... Nem a música, nem os livros, nem o sofá e os cochilos de começo de manhã.
E para completar esse retrato que fica me fitando de dentro da gaveta, como se de fato pudesse me ver e me esfregar a verdade na cara... A gaveta nos separa, minha querida, nos separa, nos protege...
Novas canções alternam com os antigos sons. Estou pensando em trocar o sofá por uma rede no quintal e também esses livros, são muitos e estão empoeirados, precisam urgentemente achar seus donos, aqueles que vão lhe devotar por toda eternidade... Eu já aprendi que não preciso de tanta coisa assim para sobreviver, só o que consigo carregar... Me acostumei até com o silencio, mas não consigo lidar é com essa solidão...
E eu que pensei que havia superado, me vejo superada...
1 comentários:
melhor postagem em meses.
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