11 de julho de 2010

Capítulo 2

No dia seguinte subi a ladeira quase correndo. Estava decidida a entrar no café, pedir alguma coisa nem que fosse para levar, mas assim que avistei você, no meio de toda aquela algazarra do café percebi que aquela manhã seus olhos estavam mais tristes do que de costume. Você se movia rápido e anotava os pedidos com uma impaciência que tive pena da caneta e do papel. Dessa vez não reduzi o passo, tampouco o apressei, em vez disso parei. A sua tristeza me atraía de tal forma que eu não conseguia dar nem mais um passo. Eu nem sei por quanto tempo fiquei ali parada querendo absorver a tua tristeza, porque quando me dei conta seus olhos se encontraram com os meus me assustando de tal forma que dei dois passos para trás. Seu olhar era de puro desdém, não, era de indiferença, na verdade, nem sei, mas eu acho que qualquer coisa que estivesse sentindo você descarregou naquele olhar. Então, em vez de me sentir triste, me senti útil, afinal comigo você não teve que fingir sorriso, paciência ou complacência, você simplesmente me olhou com todo o sentimento que havia em você.Naquele dia cheguei atrasa e nem tomei café.

2 comentários:

Camila Castro disse...

eu fico tão feliz de tu ter voltado a escrever..
gosto de estar aqui...
=**

Ra disse...

quanto à mim, não posso chamar de felicidade, mas a poucas coisas posso chamá-la.

 
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