
Ah ,o silêncio! Que me traz as lembranças de um domingo que não vivi.
E o frio sacana, que me faz cochilar entre uma estrofe e outra
A sonhar com os olhos que não são meus.
Eu acordo com a formiga que entra no meu ouvido
A zumbir todos os barulhos da cidade.
E com esse cheiro de corpo que não é meu
Que deixa aquele gosto amargo na boca,
O gosto da boca não beijada,
Do tapa silencioso,
Das lágrimas que transbordam.
Mas agora a fina dor de cabeça anuncia um novo cochilo
E as pálpebras se fecham sob as formas do corpo de mulher.
Anunciam-se os pesadelos da noite
Onde a desgraça é a personagem principal.
E desgraça-se a vida do bom moço
E desgraça-se o corpo da bela mulher
E desgraça até o poema do velho poeta
Mas o tal sono ainda não expulsou a persistente caneta.
Ah se caneta tivesse nome,
Essa se chamaria amor
Por ser a única a ressonar a noite inteira
Persistente demais para esses casais de fim de semana
Persistente demais para as mentiras trocadas
Para as palavras emudecidas
Para os soluços de dor
Sim, só pode ser amor isso que chamam de...
Burrice.
A pedidos.
2 comentários:
Não custa pedir, não é mesmo? *_*
Sim, deve mesmo ser amor.
Já te disse isso antes, mas... Foda! Lindo demais!
admiro muito sua maneira de se expressar
esse poema.....
resume minha vida....
triste...
mas lindo...
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