3 de maio de 2009

FRAGMENTOS I ou as frases desconexas





Ah ,o silêncio! Que me traz as lembranças de um domingo que não vivi.

E o frio sacana, que me faz cochilar entre uma estrofe e outra

A sonhar com os olhos que não são meus.


Eu acordo com a formiga que entra no meu ouvido

A zumbir todos os barulhos da cidade.

E com esse cheiro de corpo que não é meu

Que deixa aquele gosto amargo na boca,

O gosto da boca não beijada,

Do tapa silencioso,

Das lágrimas que transbordam.


Mas agora a fina dor de cabeça anuncia um novo cochilo

E as pálpebras se fecham sob as formas do corpo de mulher.

Anunciam-se os pesadelos da noite

Onde a desgraça é a personagem principal.

E desgraça-se a vida do bom moço

E desgraça-se o corpo da bela mulher

E desgraça até o poema do velho poeta

Mas o tal sono ainda não expulsou a persistente caneta.


Ah se caneta tivesse nome,

Essa se chamaria amor

Por ser a única a ressonar a noite inteira

Persistente demais para esses casais de fim de semana

Persistente demais para as mentiras trocadas

Para as palavras emudecidas

Para os soluços de dor

Sim, só pode ser amor isso que chamam de...

Burrice.




A pedidos.

2 comentários:

Fóssil disse...

Não custa pedir, não é mesmo? *_*

Sim, deve mesmo ser amor.

Já te disse isso antes, mas... Foda! Lindo demais!

Claimorete disse...

admiro muito sua maneira de se expressar
esse poema.....
resume minha vida....
triste...
mas lindo...

 
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